domingo, 7 de outubro de 2012

Ao futuro

** Coluna publicada no Diário do Meio Oeste - edição do sábado, 06 de outubro de 2012, véspera das eleições municipais. **


Ouvindo: Forever Changing do Renaissance.

            Pode parecer que é algo rápido, de pouca importância, a ser feito por obrigação, imposição de alguém. O dia de escolher quem nos representará não é sem importância. São estes que escolherão quase tudo que poderá, ou não, mudar onde vivemos. Escolheremos prefeito, vice e vereadores. Muitas pessoas se apresentam como “ateus da política”, pois são descrentes em razão de todo nosso passado. Concordo!

            Devem estar desconfiando até da sombra. Mas nada há o que fazer, a não ser pensar, refletir e tentar escolher os melhores. Nem sempre os bons ganham, como nem sempre os ruins perdem. É uma metáfora para externar algo que todo cidadão deve ter: a preocupação coletiva. O Brasil pode começar a mudar quando pensarmos no coletivo ao individual. Nem sempre acertaremos, mas o devemos tentar.

            A forma de arrependimento é pensar, mais claramente, amanhã. Tente recordar em quem votou no passado. Merece seu voto novamente? Então vote. Não merece? Então, não vote. Muito simples. Seja a primeira ou a décima vez do candidato, é a mesma coisa.  Seu voto vale o mesmo que o meu. E o meu voto tem um valor que ninguém consegue pagar. E o seu, quanto vale?

Devemos fazer a nossa parte e deixar que todas as instâncias da Justiça cumpram os deveres que a própria lei determinou. É um momento turbulento, caloroso, em que os nervos e anseios afloram. Mas, o desejo de todos, é que seja um domingo de paz, tranqüilo, calmo. Quem sabe um sol entre nuvens apareça, algumas pancadas de chuva. O seu trabalho, neste domingo, é sair de casa e escolher o nosso futuro.

Espero que você vote bem, pois o seu voto, junto do meu, decidirá o nosso futuro. Quando faço em nosso, estou pensando na minha vizinha, no meu vizinho, no bebê do outro lado da rua, do policial que está trabalhando, da médica de plantão, dos servidores incumbidos de fiscalizar o processo, do senhor de idade, da criança na escola, da minha filha. Ah! Aí que entra minha maior preocupação: minha filha.


Eis a prova do meu voto de hoje (07-10-2012) 





E é por este motivo que desejo que os melhores sejam eleitos pela maioria. Que seja feita a vontade do povo brasileiro. Quero que boas pessoas ocupem os lugares, pois desejo que minha terra seja boa de se viver, que minha filha possa crescer em um local bom, que a nossa comunidade seja agradável, se desenvolva e proporcione o que a nossa Constituição Federal determina. Sei que tudo não virá, mas um pouco já basta.

Decidir a nossa vida não é tarefa fácil. Mudar, muito menos! Imagine a ansiedade do ganhador da Mega Sena, aquele sujeito que faturou R$ 50 milhões, no domingo. Tente imaginar. Sabendo que tem de esperar a abertura do banco, na segunda-feira, para retirar o prêmio. Deve roer todas as unhas das mães e dos pés. Dormir?  Apenas com calmante ou muito chá de camomila.

A ansiedade bate. A angústia amedronta, causa pânico. A aflição pela definição aumenta. Mas o domingo passará. Quem sabe um pouco diferente dos anteriores, mas passará. Algum momento estes sentimentos atribulados cessarão. Desejo boa sorte para você, pois tivemos muitos dias para refletir. E espero que o faça de coração, pois saiba que muitas pessoas dependem de nosso trabalho, amanhã.

Ouvindo: We Can Run do Greatful Dead.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O tempo

** Coluna publicada na edição do dia 21 de julho de 2012 no Diário do Meio Oeste. **


Ouvindo: Time do Pink Floyd.

Quanto tempo o tempo tem? Alguns filósofos afirmam que são as pessoas que fazem o tempo. Cientistas atestam que o tempo é um cálculo controlado pelo Tempo Universal Coordenado, baseado na rotação da Terra e corrigido pelos relógios atômicos. Os dois relógios atômicos brasileiros usam Césio 133 e estão no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro. O tempo, aqui, é diferente do tempo no Japão.

Aqui é dia, lá é noite. Caso for viajar, deve acertar o tal do relógio biológico. Leva uns dois dias até acertar os ponteiros brasileiros com os japoneses; não o relógio do pulso, mas o biológico. Durante a palestra da manhã você já estará bocejando. O tempo não espera ninguém. Ano passado éramos mais jovens; amanhã já seremos mais velhos. Piada? Quem sabe!

O tempo passa e não avisa. Não olhamos os sinais dizendo que o tempo está passando. Apenas notamos quando olhamos para o relógio. E quem não o tem? O tempo é importante para quem não se preocupa com o tempo? Provocação sobre a importância de alguns números em nossas vidas. Levei poucos meses para me preparar para algo que não era preparado havia 30 anos. Aliás, ainda estou despreparado. Rugas!

Passarão vidas até me preparar. Apenas a mãe se prepara. Ou o tempo a prepara? O tempo é vital e tem peso exacerbado sobre nossa existência. Temos tempo para tudo. O tempo modifica, corrompe, cria, destrói, desmonta, aflige, afeta, aterroriza. Quanto tempo eu tenho de tempo ainda? Não sei e nem quero saber. Calcular quanto tempo tenho é algo que nem quero saber. Receio o saber.

Faz um ano que começamos um projeto diário. O tempo era nosso inimigo (ainda o é). Mas conseguimos contornar os números a trazer o que você precisa tomar ciência. Dividia o tempo entre começar a me imaginar como pai e com a correria do dia a dia. Os ponteiros fugiam, se dispersavam no vácuo gerado pelo tempo. Tudo parava. Tal qual o “pause” no filme antes do beijo do casal sofrido. Beija ou não?

No fundo tudo tem o tempo. Temos o tempo sob nosso domínio ou não? Até porque o tempo é feito por nós. Somos nós quem o vivenciamos. E o tempo passado foi bom? Ah! Foi sim, senhor! Os últimos 12 meses do tempo foram divinamente bons, proveitosos, iluminados e rápidos. Rápidos? Passaram voando como a águia em busca da sua presa. Vupt!



Nem vi o tempo me acenar. Quando vi, era o tempo batendo na porta e avisando do aniversário. Queria correr, mas não dava. Ele persegue onde for. Nem dormindo ele desiste. Lá está o relógio a despertar o momento em que o tempo não tem importância, nos sonhos.  O segundo do sonho durou uma eternidade. Desgraçado do pedreiro que me acordou com marteladas no prédio vizinho! Tempo em que o tempo não existia.

            Este tempo é rejuvenescedor como minha filha assim o me fez. Por mais que o tempo tenha passado em minha vida, olho para o novo e o tempo se desfaz. É com o sorriso da minha pequenina que o tempo desiste de me perseguir e some como o vento pela noite gelada. Some e vai gelar o vizinho. Enquanto isso, o meu coração se aquece com o lindo tempo do sorriso e da sua gostosa voz.

Ouvindo: Blood Brothers do Iron Maiden.