segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Um mundo melhor


Um mundo melhor


Ouvindo: Not Enough do Van Halen.

“Eu tenho um sonho”. Esta célebre frase foi dita pelo pastor e ativista político americano, Martin Luther King Jr., em agosto de 1963, e se dirigia ao desejo de união e coexistência harmoniosa entre negros e brancos. Ele tinha um propósito, um anseio, um sonho. Pode parecer bastante egoísta usarmos o pronome pessoal em primeira pessoa ‘EU’ . Diariamente usamos para “eu isso, eu aquilo, eu aquilo outro” em muitas ocasiões. Independente da utilização, o EU, por si só, já é egoísta. O “nós” seria algo bem mais agradável.

Mas, especialmente hoje, EU serei egoísta. Sim, falarei do mEU sonho. Até dias atrás, meus desejos se baseavam em algo material, estritamente pessoal, enfim, individualista. Carro novo, casa grande, roupas bonitas, cabelo da moda, celular de última geração, TV grandona. Mas faz algumas semanas que meus anseios mudaram radicalmente de direção. O norte se tornou o sul, o leste mudou para oeste, a seta da bússola dos sonhos virou para o outro lado. E isso me fez repensar o que é, de fato, um sonho. Mas me refiro ao sonho individual, aquele bem íntimo.

Atualmente ando sonhando em um mundo melhor. O que deixarei para minha filha, ou filho, viver - ainda não tenho esta confirmação, mas virá em algumas poucas semanas. Não apenas o que se constrói, como uma casa, ou se monta, como um carro, mas o que deixarei, com a colaboração de você, de seu irmão, de seu filho mais velho, de primos. Caso antes eu sonhava em bens móveis ou imóveis, hoje penso no mundo. No que estou fazendo com ele, o que estou causando para ele. Contudo, me acalenta a autoacusação, mas também apontar você como culpado. Somos todos culpados.

Hoje, mais do que nunca, penso no que fazer para deixar o mundo melhor e mais agradável para quem está chegando. Como será que aquele ser tão pequenininho e ignorante do que é a vida (se é que alguém sabe o que é isso!) receberá este mundo que vivo, sobrevivo, ajudo a construir, mas também ajuda a depredar. Hoje, mais do que nunca nestas mais de três décadas, estou sonhando no que fazer para deixar um planeta mais lindo, limpo, agradável, honesto, puro e melhor para uma geração que, junto da minha ou meu, aproveitará e desfrutará.

Como qualquer outro pai e mãe, nosso bebê merece viver em um lugar em que possa se divertir, brincar na areia da praça, se arrepiar com o balanço, gelar o pai com a descida do escorregador, correr para não deixar o ser pequenininho puxar o rabo do cachorro bravo, cuidar para não cair e se machucar. Muitos praticaram algumas destas ações e hoje evitam que os filhos façam, se machuquem. Machuquei sim o joelho, mas hoje está novinho. Quero que me filho tenha um mundo em que possa fazer isso também, ter esta experiência que muitos de nós passamos.

Pensando bem, a minha fumaça acaba colaborando para estragar este nosso mundo e danificando o mundo de quem virá, em breve. A cegonha anda sobrevoando... na espreita, de butuca. E sabe de uma coisa, dona cegonha, a janela de casa está sempre aberta e com comida fresca.

Ouvindo: Alive do Pearl Jam.