terça-feira, 13 de março de 2012

A delicadeza do homem

Ouvindo: Bohemian Rhapsody do Queen.

Pimenta nos olhos do outros é refresco. O homem sempre é um ser tão delicado com tudo, tanto quanto um elefante caminhando entre os pés de alface. Até poucos dias, todo bebê era igual. Com o rosto de joelho, inchadinho. Alguns até pareciam joelhos peludos, em razão da vasta cabeleira. Não me colocaram na frente do espelho quando nasci, mas não devo ter sido tão diferente.

Quando um amigo chega para visitar o filho do outro já vai dizendo: “mas que carinha de joelho mais fofa”. E olha que ele ainda foi delicado. O pai, todo feliz, ainda sorri e dá um abraço. A mãe, ainda bem que nem ouviu. Do contrário, alguma coisa sairia voando. Mãe é mais protetora. Homem é tão delicado e suave com este tipo de assunto, de visita, de momento.

Apesar de que ando repensando esta minha posição. A minha filha ainda nem nasceu e já ando pensando no que farei se alguém, bem contente amigo, me disser isso. Nem esperarei a mãe chegar. Alguma coisa voará em direção ao sujeito. Por isso a frase que inicia esta coluna. Quando é para os outros, é divertido. Com a gente, a história muda, a página vira e os personagens brigam.
Falta pouco. Quem sabe um mês, pouco menos, um pouco mais. Está fora do meu alcance. Sou favorável que ela venha quando ela pensar ser melhor. Que Pai do Céu converse com ela, ao pé do ouvido, e diga: “Filha, pode ir. Tem pessoas que te amam e te esperam ansiosas! Vai, que EU te protegerei!” Bah! Chorei! Não era para ser assim, mas sim um texto simples e alegre, contente, sorridente.



Mas, no fundo do meu coração, sei que Pai do Céu está pertinho dela, da mãe dela. Cuida tão bem delas quanto cuida de mim, desde que eu cheguei ao mundo. Como faz o mesmo com você. Devemos, nos obrigamos, a nos apoiar e acreditar em algo, independente de vermos e tocarmos ou não, de simplesmente, imaginar. Imaginar algo sem rosto, sem voz, sem forma, mas saber que existe.

O Natal, semana passada, foi mágico. Tivemos a oportunidade de bajular e sermos bajulados. Aliás, quase ninguém me viu. Nos últimos tempos, andam vendo apenas a pequenina. Mas nem me importo. Sei que estou perto e, quando der, alguém me abana e diz: “Bah! Nem te vi, mas que bom ver você!”. Foram momentos lindos, mágicos, mas rápidos. Um controle remoto e eu apertaria o pause ou o slow motion.

Pararia o tempo por alguns momentos mais e poderia aproveitar mais a minha turma de casa. Um para cada lado, de lados opostos, mas unidos pelo amor de família. E cada ano maior. Isso é o importante da vida: o amor de quem a gente ama. De amar, ser amado, brincar e sorrir. Chorar, se necessário, mas de emoção pela chegada e pela partida. E, dentro de alguns dias, chorarei pela chegada.

De qualquer forma, para você que está debruçado sobre o jornal, deixe seu vizinho, seu irmão, pai ou mãe, ler também. Quero desejar um 2012 lindo para você. Quero que quem estiver perto de você seja abraçado também. Um abraço conjunto, grande e gordo. Bem apertado de felicidades para todos nós no ano que chega em pouco tempo. Deus nos guie e ilumine novamente. Amém!

Ouvindo: Take It As It Comes do Ramones.

Um comentário:

Fla, disse...

Adoro ler teus escritos.
Amo você!