domingo, 18 de março de 2012

Novo ano

Ouvindo: Running Round do Warfield.

            Resta muito pouco tempo. O tempo de agora foi ontem. Tenho a impressão de que houve um salto no tempo. Quando fico a pensar no tempo, imagino ter sido ontem, algo bem recente, portanto. Ledo engano: o meu ontem faz oito meses. São dezenas de dias que se passaram, um após outro. Muito ocorreu, ao mesmo tempo que sinto que nada ocorreu.

            O Natal passou, o ano novo, os fogos e retornamos ao real, ao cotidiano. Interessante como todo final de ano sempre surge como se algo de mágico fosse ocorrer: encera o ano e tudo começa lindo e mudado, novo. Quando chega o dia 02 de janeiro, chegamos ao trabalho e avistamos que foi apenas mais um final de semana que passou e nada mudou. Mas a sensação de uma possível mudança é gostosa.

            Não sentia ansiedade até começar este ano. Porém, já sinto a ansiedade aumentar. Como a ansiedade de uma viagem tão planejada. Mudei sim. Pelo menos estou tentando. Não planejei. Apenas deixei algumas coisas com minha santinha, agradeci por tudo e segui meu rumo. Junto daquela ansiedade que contava linhas antes, vem a abstinência. E como é chata esta porcaria.

            Já engordei mais do que deveria, quem sabe mais do que a mãe da minha filha. Até no livro do bebê pede: quantos quilos engordou a mãe? E, pra me sacanear, quantos quilos engordou o pai? Resolvi parar de fumar e algo novo surgiu dentro de mim: a fome. Nunca senti tanta vontade de comer (qualquer coisa, principalmente doce) como estes últimos dias. A voltinha na janela também faz falta.

            Com isso, caminho pra lá e pra cá, ando mais nervoso do que o normal e sempre faminto. Sento alguns minutos a escrever e já fico pensando (e tentando lembrar) no que tem no refrigerador. E uma coisa que fico pensando neste momento: porque tudo que é bom engorda? Não me venha dizer que aquele chocolate sem açúcar é gostoso ou a Coca Diet é legal. Só química. A água nunca foi tão sem gosto como é hoje, mas ajuda.
            Não sei se fiz isso por minha vontade ou estimulado pela chegada da minha filha. O nome dela já foi escolhido, o quarto está todo pintadinho e lindo, os apetrechos todos organizados. Obrigado por isso tudo, Fá! Não comprei nada pra mim no Natal. Parar de fumar não é um presente para minha saúde, para eu aproveitar. Tento imaginar que fiz isso pelo mundo. Não garanto que nunca mais, mas estou me segurando bem.
            E o que faz esta dependência por um treco tão gostoso como é o cara ser tão boa? Não me critiquem por fazer apologia, pois não o estou. Apenas relato uma sensação, experiência pessoal. Fumar é bom sim. Há por nascer quem diga que não. Não pela dependência, mas pelo simples ato de fumar, aspirar aquela fumaça quente e depois jogar fora. Aquele que não gosta, paciência.

            Sempre há a questão de respeitar. Respeitar quem não fuma, como deve se respeitar quem fuma. A rua sempre tem dois lados. Bom para ambos. Esta de proibir fumo em tudo quanto é lugar é bobagem. Mais fácil proibir a produção, não é mesmo? Opa, um probleminha surgiria: os impostos. Contudo, acredito, apesar de tudo, que faço um bem pra minha saúde e para o bolso também. Ops, bateu a fome de novo...

Ouvindo: Growing Up  do John Sykes, Phil Lynott & Rick Wakeman. 

2 comentários:

Cor de Rosa e Carvão disse...

Meu amigo, há quem proteja e quem defenda os fumantes. Não sei quem ao certo, além de mim e de ti. Há também quem respeite essas criaturas e há aqueles que protejem, defendem e respeitam os ex-fumantes, como nós.

Sim, te incluo nessa, pois só o fato de tentar e se empenhar já te fazem - para mim - um ex-fumante. E sei que irá conseguir. Dez dias passam rápido. Os outro 20 também. E quando menos esperares: tcharã!

Não te darei receitas. Cada um sabe o que lhe cai bem, ou melhor. E como diz a canção: Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Até um crente nas coisas da vida. Ponto!

Amo-te demais e sinto saudades Nemo. Mas meu coração bate feliz por tua felicidade.

Fla, disse...

E nós estamos muito orgulhosas de vc!
Beijinhos da Fla e da Sofi.