quinta-feira, 12 de julho de 2012

Um simples livro


** Coluna publicada no Jornal Diário do Meio Oeste dia 05 de maio "" 
Divido, aqui no Mendigo Virtual, um pouco do meu ser. Nas colunas semanais, um momento para refletir, pensar, imaginar, criar e ouvir um som diferente do que, costumeiramente, se ouve. 


Ouvindo: Wolf To The Moon do Ritchie Blackmore.

Já chegou a sofrer por algo, ou alguém, a ponto de pensar em acabar com a penúria de uma lamentável e incoerente existência? Motivado por quaisquer motivos, a ponto de lamentar o nascimento, de enveredar para a tristeza, lamentar pela rejeição, acalantar o sofrimento com a embriaguês e questionar a sua utilidade ao mundo? A dor da perda é algo lastimável, que nada nutre o desejo de abrir os olhos e ver a luz.
Mas passa. Tudo passa. Ele passa, o fato passa, a vida passa, todos passam. Seja daqui para melhor (como dizem os esperançosos), mas passa. Viu, passou e você nem percebeu. A pergunta calou. Os textos que lemos nos instigam a pensar, refletir, nos instigam a olharmos para o interior e avaliarmos o quão bom somos, ou pensamos que somos. O olhar do vizinho sobre nós.

Externar a ânsia por algo melhor, surreal, alegre e bondoso. Querer um coração triste não me alegra, tampouco me estimula. Quero é instigar meu ser a algo mundano, algo palpável, algo que me sorria quando olho, quando converso, com brinco. Quero ver o sorriso escancarado de algo novo, diferente, jovem e acolhedor; algo que possa aprender a amar e me ensine a viver.

Da tristeza que me abate urge um desejo por chorar. Não posso tecer lágrimas com a voz; não desejo molhar o céu da minha boca com o gosto amargo e salitroso de uma lágrima mal desperdiçada. Resmungar com os velhos hábitos e tomar por querida a lembrança que matou.  Assassinou uma fase. Brotou como uma fênix das cinzas, parafraseando frases já parafraseadas por outrem, e que rejuvenesceu como o futuro. 

Para fazer perceber como podemos nos entristecer com palavras. Palavras ditas, malditas, predizem a verdade, antecedem o sofrimento ou acalentam a dor. Estive lendo algo esta semana e me fez pensar sobre isso, sobre o que pensamos, imaginamos, não nos encorajamos. Menomale! Melhor assim. A leitura instiga e desenvolve a criatividade, como do autor brotam as letras e as palavras; ordena-as.




Precisamos de estímulos. Sejam interessantes ou não, precisamos. Carece de nossa análise se o interessante é bom, nem tanto, não o é, ou poderá ficar. Com o passar do tempo, surgem motivos que nos fazem (re)pensar sobre algo que outrora pleiteamos. Bobagens! Bobagens sem nexo e causas sem razão; fatos descerrados pela mágoa, porém, apertados pela memória.



Vejo que sorrir e receber um sorriso vale mais do que ontem imaginei. Avistar o meu ‘tesourinho’ todos os dias e receber o seu sorriso, ou um “âããennn”, compensa os anos passados, aquelas lágrimas cortantes de outro dia. Precisamos da tristeza do passado, para olharmos a alegria que o presente nos prepara. Do futuro ainda é cedo para falar, pois ele acabou de passar e nem acenou. Viu? Foi-se.

Pois então, deixemos as mágoas passadas e analisemos quando alguém nos acenar. Não acene. Corra para onde o estiver e o abrace. Abrace-o fervorosamente. Beije-o instintivamente, como se o não fosse mais avistar, algo que nasce do íntimo, do instinto. Salve-o da amargura e nutra-o da alegria que nosso lindo mundo  nos proporciona todos os dias, com as luzes do sol ou as lágrimas das nuvens.

Ouvindo: Hey Joe do Jimi Hendrix.

Nenhum comentário: