segunda-feira, 9 de julho de 2012

Sou pecador



Ouvindo: Dead Men Make No Shadow do Super Sonic Brewer.

Já parou para refletir sobre quais as escolhas que seus pais lhe oportunizaram quando criança? A grande maioria deve o ter batizado na Igreja Católica, seguindo a tradição do povo brasileiro, ainda em sua maior parte de cristãos católicos. É percebido um aumento crescente de cristãos evangélicos, para alguns, os protestantes. Pode soar pejorativo, mas não o é. Todos são cristãos, por mais que alguns imaginem que os cristãos são apenas os católicos. Todos unidos pela fé no Cristo, então cristãos.

Dada explicação recai sobre o que posso proporcionar de escolhas para minha filha. Das opções, chegará o momento de ela ter de escolher algum caminho. Sou um sujeito crente, pois acredito em muita coisa. Crente no sentido de acreditar, crer, mas também de ser o crente evangélico. Sou um crente moderninho, que bebe, fala bobagem, ri, resmunga quando se machuca, está bravo. Sou um pecador. E dos bons!  Desde pequeno ando pecando. Peco em muitas ações e atitudes.

E pode pensar que é mea-culpa, mas você também deve ser um pecador. E dos bons!  Paremos para relembrar quais foram os pecados que cometemos: mentimos, brigamos, ousamos entoar o nome do Senhor em vão, comemos demais e passamos mal, bebemos muito e passamos mal, invejamos o ser alheio e mentimos de novo afirmando que não o fazemos. Todos somos pecadores. Entretanto, quem é autoridade neste assunto e dizer que não cometeu alguM ( NS muitos!) deslizes?



Quem é que tem autoridade (legal) sobre todos os demais seres humanos para afirmar que este ou aquele pode ter um terreninho no céu? Mas ninguém viu este céu ainda, ou os lotes que estão nos esperando. Quem sabe o piloto de avião teria este privilégio, mas nunca ouvi (tampouco vi) um deles informando sobre os lotes. Quem sabe o astronauta, que sobe ainda mais; também não. O sujeito que vende estes lotes só pode ser um especulador sem escrúpulos do mercado imobiliário celestial.


Pois foi esta a opção que me deram quando pequeno. De acreditar em um céu bonito, mas que, com o passar dos anos, conheci o especulador celestial (aquele lembra, que vende os terreninhos?!) e me fez repensar. Será que o bilionário terá um terrenão? Daqueles donos de terras que ao olhar se perde pela vista como o mar? De todos os bilhões de seres humanos que vieram e se foram p´ro outro lado, há terrenos para todos? Será que custa muito caro? “- Não meu filho, 10% do seu soldo e tudo certo”, diria.

Adoro religião. Quanto mais, melhor. Frequento a católica, frequentei muito a evangélica, vagueei pelo espiritismo, estudei sobre satanismo um bocado, assisti massacres em razão do protestantismo e cristianismo, li histórias que só poderiam estar em livros de ficção, mas que, infelizmente, ocorreram em função desta opção que nos proporcionam (ou não!) quando crianças. Muitos, ao passar dos anos, ruma para outros mares, outros nichos religiosos. Muda, mas segue pecando.

Apenas penso em proporcionar à minha filha algumas opções (mas ainda em duvida e indeciso): será que batizo-a em todas as igrejas que existem no município, ou deixo passar em branco e participo quando ela decidir o que seguir? Não é uma decisão unilateral, mas sei que tenho apoio. Apenas quero aprender a tocar guitarra, para poder incentivá-la a ouvir a música, quem sabe o nosso Rock, e ajudá-la a aprender a deixar a sua vida uma melodia mais tranquila e prazerosa. Contudo, ela decidirá sobre isso.  

Ouvindo: No Me Dejan Salir (Estoy Verde) do Charly García. 

Nenhum comentário: