Ouvindo: Do You Remember Rock 'n' Roll Radio? Do Ramones.
Ramones
é uma boa trilha sonora quando se pretende abordar a Educação. O maiúsculo diz
respeito ao termo estritamente pessoal, pois deve ser respeitada a
Educação. Foi através deste grupo americano
que o punk rock foi difundido aos variados ventos do mundo. Abordavam as
peripécias juvenis e a derrubada de paradigmas políticos, sociais e até
econômicos. Queriam levar diversão; de fato, levam até hoje em meu coração.
Debaixo
das cobertas ouviam o rock and roll que as emissoras de rádios veiculavam.
Escondidos dos pais, omitidos pela sociedade formal e Educada da época. Há
sempre o que se discutir da Educação que nossos antepassados pregavam. Não
vivemos mais na base do bofete ou da opressão, da minorização(em um caso de
neologismo) dos filhos perante o respeito e a obediência. Respeitar é uma
coisa, obedecer outra.
Minha
mãe nunca foi de pedir muita coisa para os seus cinco filhos. Prestou uma
Educação baseada no exemplo: não gritava, não soltava palavrões, era Educada e
estimulava a leitura, o aprendizado. Lembro que, porém, detestada quando não
ouvia o “senhora”. TU? Jamais. A
Educação não é apenas algo que vem de casa, de berço, mas se aprende. Educado e
culto não são sinônimos. Ponto de vista discrepante, são até antônimos. Andam
em caminhos próximos, mas distintos.
O
Educado é o sujeito que respeita. Pode não concordar, mas respeita. Conheço
doutor mal Educado e analfabeto Educado. E vice-versa, bem vice e muito versa. Escolaridade
não é sinônimo de Educação. Pior é tentar usar da falta de “anos de escola”
para pleitear a minorização(em outro caso de neologismo) da extrema falta de
Educação. Vi (e confesso me senti envergonhado) um sujeito ser mal Educado com
a maior autoridade do Estado.
Sem
englobar a questão político-partidária, mas apenas a Educação, senti-me
ofendido ao ver (e ouvir) o sujeito tratar o governador como “tu, cara, ô meu”.
Creio que por muito menos um policial já tiraria algemas da cinta e o colocaria
no camburão. Mas a Educação(política) do Chefe de Estado impedia qualquer
comentário; apenas ouvir as lamúrias. Foi educado em escutar. Imagino que não
quis penalizar os demais da sala. Por tratamento até melhor ‘dei de costas’ e
fui embora do recinto.
Para
destacar que escolaridade(anos de escola) não significam Educação. E não
adianta tentar desculpar depois, pois repetiu a mesma mal Educação um dia e
pouco depois. Fico triste de ver um vizinho tratar alguém desta forma. Fico imaginando como trata o seu funcionário,
o seu vizinho de porta, o seu cachorro. Educação pode não se aprender desde o
berço, mas é fundamental para conviver, harmoniosamente, em sociedade.
O
“senhor” ou a “senhora” soam tão bem, independente da idade de quem é o
receptor. Podem vir com esculachos posteriores, mas soam tão bonito. A Educação
de nossa vida adulta (ou juvenil) pode ser precedida de um pai e mãe Educados. Recordo
muito bem como meu velho e saudoso pai cumprimentava minha avó(seus irmãos
também o faziam): “a bênção mãe”, e beijavam a mão da mãe. Gesto bonito;
antiquado, mas bonito.
Com
a gripe beirando nossa porta, beijar a mão já não serve, tampouco a fase social
em que vivemos. Não vivemos mais em monarquia. Não aqui no Brasil. Mas ensinar
um bocadinho (bem inho) de Educação é o mínimo que podemos fazer. Pai e mãe não
são apenas quem colocam no mundo (esperando pelo professor). Melhor os pais
Educarem a deixar que o mundo o Eduque. Nem sempre pensamos da mesma forma como
o mundo age. Filha, compreenda que Educar não é maltratar.
Ouvindo: Pride and Joy
do Stevie Ray Vaughan.
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