quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A República


** Coluna publicada no dia 30 de junho, coo de costume, na edição de sábado do Jornal Diário do Meio Oeste - Videira(SC). **


Ouvindo: Under Pressure do David Bowie & Annie Lennox.

            Falta pouco para um momento importante aos cidadãos brasileiros (e estrangeiros também!): as eleições. O ápice da democracia é o direito de votar, de exercer o maior poder que nossa República proporciona. Do Latin “coisa pública”, a República é um dos variados sistemas de governo existentes no mundo. Felizes dos brasileiros que podem, através do voto, escolher este ou aquele para ser o representante.

            Escolhas boas ou ruins, é certo que haverá um tempo a que se passar com tais eleitos. Pelo certo, do moral e legalmente correto, deveria usar de seu cargo público temporário para melhorar seu município, seu estado e seu país. Não ficar apenas utilizando um espaço (mais o  dinheiro e tempo) do contribuinte para “fazer média” e perambular pela cidade como “autoridade”.

            A expressão autoridade já demonstra uma espécie de fonte de poder. E o poder é difícil de lidar. Pode subir ao cérebro como onipotência e sobrepor o moral e legalmente correto por interesses pessoais. Deveria a autoridade voltar a pensar no termo “República” antes de se imaginar como autoridade. Deve sim ser paga pelo trabalho que exerce. Pelo trabalho e não pelo cargo que ocupa apenas. T-r-a-b-a-l-h-o!

            Apenas dar uma volta no “trabalho” e exercer a “autoridade” no restante do dia não é legal e moralmente correto. Eis que se aproximam os dias do turbilhão que antecede o dia da votação. Domingo de eleição deve ser como início da manhã de feriado: calmo. Sem gritos, sem carros com o som em níveis ensurdecedores, sem sujeira nas ruas, de vizinhos conversando, do sol brilhante ou da chuva molhando.

            Este período requer calma no espírito. Saber avaliar qual pode ser o futuro que você, como cidadão, deseja. E não adianta reclamar caso um ou outro não vença. Pior, reclamar daquele que vencer. Resta calar, aceitar e esperar por outros dois anos. Poderiam ser quatro, mas a cada dois existem eleições: presidente, governadores, deputados e senadores e, dois anos depois, prefeitos e vereadores.

            São dimensões diferentes, mas melhor é já ir pensando na rua onde mora, no bairro ou no município. Será que apenas as árvores da rua onde mora devem ser belas e frondosas? A rua do vizinho, na qual você passa todos os dias, não merece ser também estar ajeitada? Será que vale a pena você vender um importante momento seu por alguns galhos de árvores mais belos do que o vizinho?





            Vivemos em um mundo pequeno, por maior que seja e pela distância que exista entre os povos. A casa do seu vizinho é mais longínqua do que a Noruega, mas muitos conhecem aquele país e nunca viram o vizinho. O pensar coletivo é sinônimo de República. O nosso Estado é nosso chão. Quero que minha filha possa viver em uma República, onde tudo é público, mas não onde o poder de uma “autoridade” prevaleça.



            Nosso trabalho neste período é analisar, avaliar, pensar e agir. A Justiça Eleitoral é nosso braço legal perante aqueles que pleiteiam agir por “debaixo dos panos”. Denuncie, como alguém denunciaria um crime, um assassinato, um roubo contra você. Quero que minha filha possa viver e não apenas sobreviver. Que ela possa desfrutar da “nossa” e não daquela “pertencente ao “meu”. Filha, calma, pois aos poucos crescemos.

Ouvindo: Flirtin' With Disaster de Molly Hatchet.



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