domingo, 19 de fevereiro de 2012

Escolhas

Ouvindo: Living After Midnight do Judas Priest.

Quando assisti ao show do Judas, anos atrás, não tocaram este som. Não pude ouvir da voz em falsete do Rob Halford uma das primeiras músicas que escutei destes britânicos. Não que seja apaixonado pela banda, mas aprecio. Até porque são conhecidos por incluírem a velocidade e muito peso no heavy/hard rock. Aquele sujeito, que outrora era cabeludo, passou a exibir uma careca invejável. Bom, depois assumiu sua homossexualidade, etc, mas não vem ao caso.

São situações que muitos se deparam durante a vida. Podem teimar em ser isso ou aquilo, e batem pé: não, não e não! A questão é assumir. Alguns assumem, outros não. Aliás, o Halford foi o primeiro roqueiro, que tenho conhecimento, que assumiu, durante um show, sua opção sexual. Dias atrás foi o Ricky Martin, teve o Freddie Mercury. Devem ter vários outros, mas problema deles. Cada um com suas opções e ponto. Ponto final só porque não é com a gente. Como lidar com uma escolha assim?


Nem sei o motivo que me veio em mente sobre tal assunto, mas tento transmitir a questão de opções. Optamos por tudo na vida (ou quase tudo).  Quem sabe até nascermos é questão de opção, de escolha. Escolhemos dar um “chega-pra-lá” naquele espermatozóide que estava na frente ou ao lado e nos inserimos no útero da Mamá. Poderíamos ter deixado para outro sujeitinho vir ao mundo, mas quem sabe seja escolha, mesmo que inconsciente.

E conforme o tempo vai passando vamos escolhendo. Optamos por esta roupa, por aquele tênis, aquele sapato, aquela televisão, aquele programa de televisão, este curso, esta vida. Opa! Esta vida? Que vida escolhemos? Ou escolheram por nós? Queria eu ter uma vida onde não assistisse a tragédias diárias, que não ficasse sabendo de falcatruas, de crimes, de fome, de sede, de cidadão sem roupa ou casa para viver. Queria eu poder escolher viver num mundo em que pese a igualdade e não o desigual.

Sonho, cada vez mais, em como será o meu Brasil dentro de uns 10 ou 15 anos. Isso porque queria ser vidente a ponto de saber onde poderei criar minha filha e o que poderei oferecer para ela. Esta opção eu não quero que o mundo dê para ela. Quero eu poder mostrar um caminho bom para ela. O mundo que presenciamos está suspenso em falsas atrações, sejam drogas, violência, o sertanejo e as bandinhas. É, tem coisas que não desejo que ela opte. Baterei o pé e fecharei a porta, se necessário.

            Pode ser fácil tentar simular isso antes de presenciar. Bom, é um caminho. A teoria sempre é mais simples. Criar uma filha não deve ser tão simples quanto nos pareceu aos nossos pais. Nem sei se já perguntei pra minha Mamá se foi fácil criar, educar, incentivar ao aprendizado, e dar de comer para minhas irmãs e para este guloso. Aparentemente foi simples e fácil, já que sou um sujeito bem legal, querido e humilde (sic!). Minhas irmãs também são tudo isso e muito mais.

            Apenas espero que possa ver a minha pequenina feliz no ambiente que for criada, independente da marca da roupa, da cor do sapatinho, do tamanho da televisão. Apenas sei que, musicalmente falando, ela terá um incentivo muito grande e forte, tanto do pai quanto da Mamá dela.  Ouvir as canções calminhas da Mamá dela já faz efeito e, na barriga, já se debate. Quem sabe goste. Mas quando ela nascer, poderei sentar com ela e mostrar (e fazer ouvir) o que o pai dela foi criado e educado a apreciar.

Ouvindo: Poison do MC5.

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