sábado, 11 de fevereiro de 2012

Socorro!

Ouvindo: Ride A White Swan do T.Rex.



A cada dia que nasce torno a contar o quanto falta para chegar um dos presentes mais lindos que eu ganhei em toda a minha vida. Não sei ainda se já tomei ciência do que está por vir. Quem sabe a imensidão da alegria torna-se em um mar de questionamentos, preocupações. Ainda bem que existe mãe nesta hora.
Não apenas a nossa mãe, a avó, mas aquela que leva o presente para todos os lugares onde for. E, convenhamos, por melhor que seja o pai, é esta mulher quem se preocupa com tudo. Desde um simples brinquedo a ser entregue com um ano de idade até a menos provável roupa a ser usada ainda na maternidade.
Para nós, meros e impotentes homens, resta calar ou seguir o que nos pedem. Uma coisa que outra até que nos apressamos e vamos atrás. No fundo, porém, bem sabemos que são elas quem se preocupam com tudo, com os maiores e menores detalhes. Quem sabe nós, preocupemo-nos com coisas banais como “será que chorará muito?”.
Passaram-se alguns meses. Outros poucos ainda restam para deixar tudo pronto para a grande estreia. Como um espetáculo que esperamos meses para participar. Como um show que aguardamos ansiosos pelo dia chegar. As horas não passam e a ansiedade toma conta, sufoca, preocupa. Resta aguardar os dias passarem. E que cruzem rapidamente!
Não sei se todos, ou alguns poucos, se preocupam tanto quanto uma mãe. Podemos ir ao supermercado, carregar as compras, segurar as sacolas, mas são elas quem os levam passear, dormir e comer. Até passam momentos, mesmo que sem perceber, fazendo carinho neles. Aquela mão forte e imponente que suavemente acaricia a barriga.
Acredito que estes toques não passam de ansiedade por chegar o momento de segurar aquele ser tão pequeno e indefeso. O toque que anseia por segurar e fazer carinhos naquelas mãozinhas tão pequeninas, gordinhas, macias, meigas. Olhar para aqueles pezinhos inchadinhos, fofos, com vontade de dar uma mordidinha. 
Mas não vejo a hora de levar um cutucão às três horas da manhã de uma terça-feira, chuvosa e preguiçosa. “Agora é a sua vez!”, diz aquela voz próxima, sonolenta e bem baixinho. O corre-corre nunca antes visto de uma madrugada em função de um bebê. Deve ser maravilhoso. Bom, ainda não sei.
Aliás, deve um pai ou mãe duvidar disso. Ter de acordar de madrugada para socorrer, alçar uma fralda e, com olhos ainda pequeninos de sono, acolher o bebê. Pode até ser maravilhoso, mas depois de algumas vezes, deve se tornar... hum. É, resta esperar para saber como, de fato, será. Deve ser a habilidade que o ser humano tem de se adaptar as suas necessidades e obrigações.
À mãe, à futura mamãe, meu agradecimento. Quem sabe desculpas pela ansiedade que não permite colocar tudo em ordem. Ordenar isso tudo é complexo, estranho. Uma novidade que, como eu, muitos pais devem passar, sofrer, sentir. O ruim disso é sentir-se inútil em muitos aspectos. Ter o desejo de fazer, mas se impedir.
Por mais esforçados que sejamos, ainda não nos comparemos ao fato de ser mãe. E para melhorar isso e alguns pontos a mais, junto com outros futuros pais, participarei, muito contente, de um curso específico para isso. Tirar minhas dúvidas, esboçar meus anseios e, quem sabe, ouvir sensações semelhantes das minhas. Amo vocês!

Ouvindo: Taking Your Chances do Saxon.

Um comentário:

Fla, disse...

E passou tão rápido...
Obrigado por cuidar tão bem de mim!
Amo você!