Ouvindo: Paint it Black do Rolling Stones.
Participei
de uma palestra faz pouco e o ministrante foi provocativo a ponto de instigar
uma reflexão sobre o que é o amor. Este substantivo masculino é o que podemos descrever
de “algo complexo”. Uma definição, por si só, já é complicada. Como podemos,
então, dizer que amamos algo se nem ao certo sabemos o que é? Até quis tentar
uma analogia com a palavra “deus”, pleiteando uma reflexão no mesmo sentido,
mas é difícil demais explicar algo que não sabemos o que, de fato, é.
Existem
muitos amores. (Neste final de semana, um em especial, o amor com as mães).
Comentário mesmo entre parênteses para não deixar de lembrar desta passagem
importante para todos nós: recordar nossas mamás.
Existe este amor de mãe, de pai, de tio,
de avô, de adolescente, de amigo, de adulto, de marido, de namorado, de amante,
de fã, de fiel, de animais, de religião, de equipes esportivas. São muitos
amores para um único 'substantivo masculino’. Será que isso quer dizer que o
homem ama mais?
O
que não faltariam são músicas, livros, poemas, contos, histórias que abordem
esta palavrinha pequena, sem significado prático, mas tão falada, usada,
escrita, prostituída. As teorias são muitas. Ninguém sabe ao certo o que é, mas
mesmo assim imagina que sabe. Ou sente? Não poderia afirmar que o sei, pois não
o sei, mas que amo eu amo! Tenho todos os amores possíveis e imagináveis (quiçá
imaginários ou platônicos). Importante é que tenha o sentimento bom.
Mas
o amor é ruim demais. É uma droga. É um entorpecente que deveria ser proibido
pelas autoridades de saúde. Sim, pela saúde. Prejudica os movimentos do corpo,
afeta a área psicológica, o raciocínio, a inteligência, os sentidos. Até mata.
Quantos já morreram ou mataram por causa do amor? Mas, até hoje, os nossos
legisladores não criaram uma regra sobre este criminoso chamado amor. Bom, como
quase tudo que faz mal é bom, então, o amor se torna ‘legal’, bem no senso
comum.
Que
fiquemos todos bem “legal” com este entorpecente chamado amor. Ainda bem que
não o cobram, pois apenas disso enriqueceria dois mundos. Todos amam, todos
querem amar, todos querem amor. Mas qual amor? Caso pudesse escolher um amor,
qual você escolheria? Todos são interessantes e agradáveis. Mas saber que
apenas um poderia ter seu convívio diário. Difícil. Difícil é escolher. Pior
ainda é quando nos obrigam a escolher. Nem sempre escolhemos o que o outro
queria.
Melhor
não dar chance ao azar e evitar que nos façam escolher. O amor não é certo;
tampouco errado. Errados somos nós, tal qual somos os certos. O que eu quero
mesmo é viver o que eu vivo, conviver com meu presente; o meu presente. O meu
amor é tão grande quanto o meu imaginário. Tem nome e sobrenome. Queria ter
descoberto isso bem antes - muito tempo antes. O meu amor por você, minha
filha, não tem nome, mas existe sim. Pode ser o substantivo que for, mas eu o
tenho. E para sempre!
Voltarei
para onde me mandarem para estar com você, meu tesourinho. Passarei por
quaisquer barreiras que esta minha vida terrena me impõe; voltarei para
permanecer com você, onde estiver. Não sei se isso é o amor tão comentado, mas
é o que desejo e farei, com todas as minhas forças e energias. E sei que sua
mãe também o fará, com maior intensidade do que a minha. Para você, nossa nova
mãe, Feliz 1º Dia das Mães, com o amor sem nome e sem definição, que, certo
estou, temos por você.
Ouvindo: The Lord's Prayer do Siouxsie and the Banshees.
Um comentário:
Que loucura que é o amor... Complexo e indeciso. Hora mata, hora dá vida, hora faz sorrir, hora faz chorar. E assim vai. Sôfrego por aventuras, tempestades e bonanças. Assim eu amo também.
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