quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Espuma


Ouvindo: Mid Winter's Night do Blackmore's Night. São 20h55.

Pela primeira vez escrevo da minha cama. Há pouco saí dum banho que há tempos eu não me dava o direito de tomar. Um daqueles banhos com bastante espuma. O sabonete foi-se. Mas estou tão cansado que cheguei a me divertir com o produto de limpeza corpórea. Ele deslizava com tanta sutileza pela minha pele. Passava-me uma sensação de carinho intenso. Umedecido pela água quente e forte que descia pelas frestas propositadamente colocadas no chuveiro dava-me uma sensação de massagem dupla. Uma pelo sabonete e outra pela água quente que tocava com força minhas costas cansadas. Algo de sentir e apenas deixar estar. Avistava aquela massa sobressalente escorregando de minha pele branca e pensava onde ela iria parar. Tão carinhosamente escorria da pele. Suave como uma pele macia e cheirosa. Fazia me recordar do toque suave, carinhoso em que tanto eu... Mas a avistava sendo desperdiçada daquele momento mágico e agradável para um buraco profundo e negro perto de meus pés cansados do dia. Tentava me despedir de cada bolha formada, mas a água - um pouco menos quente neste momento - não permitia despedidas e levava com sua força para aquele lugar que temia eu pela sua cruel boca grande. Boca grande acrescida de uma proteção metálica que não pensava em mais nada a não ser filtrar todas as impurezas e ficar apenas com a sua maciez indescritível da espuma. Buraco cruel. Após entristecer-me com aquela cena, baixei mais a cabeça, fechei os olhos, deixei escorrer o restante daquela companhia agradabilíssima, girei o objeto metálico que tem o domínio da água e aproveitei os últimos pingos daquele líquido quente e que me acolheu tão bem em suas pequenas mãos. E fui me secar. Ah! Aquela toalha felpuda e cheirosa... Outro dia descrevo como foi a secagem.
E o nosso Mendigo anda pobre. Paupérrimo para ser mais correto. Ando trabalhando bastante. Seria mentiroso em afirmar que meu corpo está cansado. Correto estou ao escrever que minha cabeça está cansada. O corpo pede, a mente nega. Pensamentos me fogem como a areia da praia que seguramos na ventania. Escorrem-me pelos dedos as palavras. Sempre adorei as palavras que formas as letras. Nem sempre as forma corretamente, mas o conjunto delas me deixam alegres. E esta alegria é que ando perdendo. Mas a perco momentaneamente. O trabalho está sendo fatigante. Mas estou orgulhoso do que ando fazendo. Sempre precisei não provar nada para ninguém. Alguns dão valor outros não. É como vender um produto. Para alguns aquele produto vale um número grande, entretanto vale menos para outros. O nosso trabalho é assim. Podemos chamar isso de "valorização profissional". Atualmente muitos queixam-se de seus superiores devido ao "quanto você paga meu trabalho?" Alguns mais, outros menos. Mas, em nossa mente racional, sempre temos um valor maior. Pelo certo ou pelo errado, sinto-me feliz. Algumas poucas pessoas sabem de uma passagem que aconteceu comigo logo que cheguei nesta terra nova. Creio que havia pouco mais de 40 dias que estava eu aqui. Consegui conversar, conhecer pessoas novas, debater, trocar informações e PEDIR. Eu pedi e fui atendido. Busquei ajuda onde eu acreditava ser possível. E fui atendido. E, creio que hoje, pude demonstrar um pouco do que sou capaz. Não que eu não o fizesse anteriormente. Pelo contrário. Comecei fazendo o que sempre fiz. Mas como sempre há opiniões distintas, alguns sentiram-se injustiçados. Mas agradeço isso à estas pessoas. Deixaram-me mais forte. Mais forte e mais agradecido. Agradecido pelo apoio que recebi de "minha família nova". Sim. Após a apresentação de sexta-feira (contando rapidamente), estava eu atrás do Nandinho e da Sil e pensei: "eis minha nova família". Somos (ou éramos) pessoas 'sozinhas' nesta terra nova. Mas consegui ver neles (e na Elaine que não pode ir) um complemento das meninas, meninos e bichos que estão em Bento e a Lela no Rio. São eles que me apoiaram desde que cheguei nesta terra. E que, para minha gratidão e felicidade, tornaram-se pessoas que eu tenho como da família. E até porque são. Família não é apenas nome, sobrenome ou sangue. São pessoas que estão perto. E estas pessoas eu agradeço por existirem, por me xingar, por se preocupar, por me orientar e me ajudar. À vocês, meu obrigado sincero.
Esqueci o que iria escrever.

Ouvindo: Guitar Job do Ritchie Blackmore. São 21h47.

5 comentários:

Anônimo disse...

...adorei tudo... obrigada pelas palavras suaves... acho que não preciso comentar mais nada, não é? =)...que bom que coisas simples assim, que estão ao nosso redor, descrevem sentimentos e nos fazem "tão bem"... Te quero bem!

Bjks de espuma!

Anônimo disse...

Ah!... O que não faz um banho?...

Anônimo disse...

Oi fofo, q bom parabéns (por aquilo q tu escreveu no msn) tu escreve muito bem...ve se descanssa um pouco ta...t amu muito tenho muita saudade..bj grande t amuuu

Anônimo disse...

A recíproca é verdadeira baby.... uma família trapo, mas uma família sem dúvidas!!..
Beijo e paz no coração.

Cor de Rosa e Carvão disse...

Diria que até podemos nos auto denominar de família buscapé, hehehe. O difícil vai ser eleger o Zé. Concorrência árdua!!!!

Bom, sei que não preciso te dizer, mas, ETA.

Ah, o início do post tá bem sexy. Nem precisa ter escrito o resto, hehehe. Bjo e bom findi.