quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Diabo e Eu


Ouvindo: Celtic Guitar do Blackmore´s Night. São 18h38.

Estava lendo antes sobre Satanismo. Este é um assunto que me fascina. É de extrema curiosidade de todos católicos, evangélicos, ateus, muçulmanos, umbandistas, xamanistas, islamistas, induístas, mórmons, maçons, noveristas, judeus, enfim, é de curiosidade de todos saber o que há de certo e de errado no tão conhecido e rotulado “Diabo”. Mas o que há de tão estranho e amedrontador nesta palavra? Ou neste ‘sujeito’? Baseado em depoimentos oriundos de igrejas, de nossos pais, de nossos avós ou amigos formatamos um conceito errôneo sobre tal “sujeito”. Que ele é ruim, maldoso, faz tudo de ruim no mundo. Orienta (ele) pessoas a cometerem atrocidades, violência, maledicências. Após ler muito sobre o assunto, estudar um pouco, assistir certas sessões, visualizar fatos e pessoas orientadas por tal “sujeito” ratifico o que já pesava antes: somos nós os ‘diabos’. Sim, isso mesmo. Não estou sendo radical. Não tive prova alguma de que o dito ‘sujeito’ tenha saído de suas quentes e escuras trevas e ascendido ao nosso mundo para matar este ou aquele, para destruir esta ou aquela cidade, comer aquele animal, demitir o cidadão de bem, invadido a igreja americana e disparado vários tiros contra o pastor. Somos orientados desde crianças de que ele é ruim. Que o “Coisa Ruim” é o culpado de tudo o que de mal há no mundo. Mas convenhamos que sempre foi (e sempre será) mais fácil culpar a outra pessoa por algo que cometemos, por uma ação praticada ou uma maldade feita. Sempre é bom rir de alguém do que de nós mesmos. Aliás, todos concordamos que é ótimo sentar entre amigos e falar mal de alguém – mesmo que seja do Lula ou do Serra. *O LHS não falo nada porque o quase-morto foi gentil com minha pessoa*
Teimamos, com os pés juntos, de que sempre foi o outro quem fez isso ou aquilo. Foi ‘ele’ quem o orientou para tal maldade. E quando falamos de algo bom foi Deus. Neste sujeito eu acredito. E assino o que for por Ele. E pelo outro também. Convivemos com os dois lados: o bom e o ruim. É como ingerir uma feijoada sem arroz. Fica sem graça. Ou tomar um café com suco. Não dá. Tem de ser café e água. Precisamos conceber a definição de que somos NÓS quem vivemos, quem erramos, acertamos, brigamos, sorrimos, ajudamos ou prejudicamos. Somos NÓS. E não ELES. Assumir a culpa é difícil e causa temores. É lógico que ninguém é o mais correto ou o mais errado. Somos tão perfeitos em nossa estrutura física e mental que invariavelmente cometemos falhas. Isso é vergonhoso? De forma alguma que não. Ratifico: não é vergonhoso errar. Apesar de que seria bom acertar na maioria das vezes. Mas acredito no SER humano. Existem “SER” humano e ser “HUMANO”. E há uma longa ponte entre as duas extremidades.
Dentro da cultura satânica há um livro escrito por Anton Szandor LaVey (1930 - 1997) - que fundou a Igreja de Satã no ano de 1966 em San Francisco (Califórnia, EUA) - chamado “A Bíblia Satânica”. Resumindo: há nove pecados satânicos que são: estupidez, pretensão, solipsismo, auto-engano/auto-ilusão, conformismo de massa, falta de perspectiva, negligência (ou esquecimento) dos ortodoxos passados, orgulho contra-produtivo e falta de estética. Claro que condenamos alguns destes, mas prestemos atenção ao que fazemos em nosso dia-a-dia. Gosto do soliptismo, que é a crença filosófica de que, além de nós, só existem as nossas experiências. É a conseqüência extrema de se acreditar que o conhecimento deve estar fundado em estados de experiência interiores e pessoais, não se conseguindo estabelecer uma relação direta entre esses estados e o conhecimento objetivo de algo para além deles. Projetar as reações, respostas e sensibilidades em alguém que não está provavelmente alinhado com a própria pessoa. É o erro de esperar que as pessoas retribuam a mesma consideração que naturalmente lhes é dada. E fazemos isso quase todos os dias. Não é certo apenas esperar por alguém. Mas é difícil também tentar não o fazer.
E amanhã irei passear pela região. Terei de ir à uma cidade aqui perto (ou longe) em uma reunião de trabalho. Assim me animo um pouco. Mas confesso que não queria perder as sempre gostosas jantas da imprensa daqui. Uma vez por mês, ou mais, é realizada uma janta super boa. Comi alguns pratos que nem fazia idéia de que existiam. Mas farei o possível para ir. E sinto saudades dos papos com a Elaine, Sil, Nandiko, Shazan. Mas esta semana está corrida. Semana que vem, acredito eu, estarei melhor.

Eu sou o Diabo e você, quem é?

Ouvindo: The Number Of The Beast do Iron Maiden. São 19h11.

2 comentários:

Anônimo disse...

Que conversa mais horrível Iaran... o diabao existe sim e deve estar extasiado com a apologia que vc está fazendo a ele neste post.
Que Deus revista-me com toda Sua armadura e proteja-me de toda a gente ruim que existe no mundo e do próprio diabo.
E vamos mudar de assunto nêgo, porque vc é tão gentil, doce e do bem, que esse papo não rola...
Beijo e boa noite..

Anônimo disse...

Ah,...esqueci de dizer que tbem sinto falta das reuniões do quarteto fantástico, como denominou a nêga...
Semana que vem precisamos nos reunir...