quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Levantando


Ouvindo: Head Over Feet da Alanis Morissette. São 17h36.

Já parou algum momento de sua vida, até aqui, para pensar o quão privilegiado você é? Andamos permanentemente rezingando de tudo. Da carência de dinheiro, do excesso dele, da saúde, do trabalho, do clima (isso eu faço todo dia quando é frio), da roupa abolada, da poluição, do carro barulhento, do bandido, da guria da novela que traiu a irmã, do namorado da amiga que é mais bonito, da amiga que tem peitos maiores, da vizinha que tem os cabelos mais bonitos, da falta de uma roupa para sair, do sapato sujo, da meia furada, do chuveiro que não aquece, da comida fria. Enfim, reclamamos diariamente de algo. Seja o que for, mas sempre o fazemos. Mas ponderamos juntos: reclamamos tanto por nada. Há um volume imenso de pessoas que gostariam de ter o mínimo do que possuímos. Há outras que mesmo com inúmeros problemas se consideram felizes. Há pessoas que são tetraplégicas, deficientes auditivas, visuais, sofrem com alguma deficiência irreversível. Outras que nunca puderam ver o mundo como nós vemos. Como nós assistimos o mundo que não pára nunca. Como seria viver na escuridão? Ou viver sem ouvir os belos sons que o planeta proporciona, as vozes das pessoas, a melodia de uma canção, o grito de uma criança, a voz do filho, dos irmãos. Ou quem sabe aquele que fica sobre a cama, inerte. Apenas respirando e esperando seu momento de despedir-se do mundo. Muitos, sem ao menos poder brincar, correr, pular, sorrir ou chorar. Apenas sentir e não poder expressar isso. Sentir algo por alguma pessoa e não poder dar um abraço e dizer o quanto é especial. Sensibilizei-me hoje ao pensar neste post. Sou um sujeito reclamão. Quem sabe hoje, e nestes últimos três meses, sinto-me mais agradecido por tudo o que tive e o que tenho. Quem sabe reclame bem menos. Cada detalhe. Cada pessoa, cada sorriso ou tristeza. Sou agradecido por estar aqui, nesta nova terra. Sou agradecido por ter descoberto que minha família não é importante para minha vida. A MINHA FAMÍLIA é fundamental. E encho minha boca para dizer que eu preciso da dona Sônia, da Dale, da Lela, da Baba, da Moka, do Luli, do Mago, da Laolly, meu velho pai, do Pink, do Gatão. Pela ordem cronológica de aparecimento na família. São por estas pessoas que eu estou vivo, e sigo vivendo contente e esperançoso. A cada dia que começa sinto-me feliz, bato no peito como fazia o Tarzan e agradeço por estar vivo e ter o privilégio de sentir minhas pernas, minhas mãos, meus braços. Passar a mão em meus cabelos cacheados, esfregar a barba contra as palmas de minhas mãos. Poder caminhar e sentir aquele vento chato em meu rosto. Aquecer-me em minhas simples, mas aconchegantes, cobertas, meu travesseiro.
Sou muito agradecido por estar vivo e ter a oportunidade de ser um "intruso" em minha família. De ser um lunático na vida, um sonhador por um mundo melhor, um vagabundo que aproveita o que a vida mundana oferece. Agradeço por ter o prazer de beber uma cerveja, de fumar um saboroso e mortífero Marlboro, de ouvir um bom e imprescindível rock.
Obrigado Pai do Céu! Obrigado meu grande protetor Ogum! Obrigado família, obrigado amigos. Obrigado por tudo o que fizeram para (e por) mim. Obrigado por me ajudarem. Obrigado por me apoiarem e obrigado por acreditarem em mim. E obrigado, em especial ao Iaran pai e a Sônia mãe pela bela trepada que deram em 1979 e que em 1980 nasceu este belo ser. E obrigado para mim por me esforçar dia-a-da em tentar ser uma pessoa melhor. E mais uma vez pra mim por estar onde estou por ser tão curioso, persistente e ter uma pequena inteligência.

Ouvindo: Change of Life de David Clarke, Al Di Meola e Ponty. São 18h20.

2 comentários:

Unknown disse...

Oi mano passei pra desejar boa noite e dizer q te amu demais, obrigada por sempre escrever coisas pra nos e dizer q ama demais, mas eu tbm amo todos demais,....bjaum lindão

Cor de Rosa e Carvão disse...

É. A gente reclama de mais de tudo sobre o nada. Mas assim é a vida. Assim somos nós, seres humanos. Infelizmente. Salve Salve Simpatia!