quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Hospital


Ouvindo: Don't Fear The Reapper do Blue Öyster Cult. São 17h04.

Hoje escreverei com calma, como sempre. Sem pressa, sem pressão, sem preocupar-me com o clima, com o movimento, com o vento ou pessoas. Escuto uma música bem antiga. Data de 1976. A banda surgiu em 67, mas fez sucesso apenas com esta música. Aliás, conseguiu destaque internacional com esta canção. Uma banda americana de rock psicodélico fundido com hard rock e heavy metal. Uma mistura de sonoridades que fez com que os cinco integrantes se destacassem no cenário musical da história. Recomendo a audição do álbum Agents of Fortune. Conheço alguns outros discos do quinteto, mas este foi o que mais me ameigou o ouvido.
Há 27 anos, exatamente às 15h10, nos Hospital Bartholomeu Tacchini, a dona Sônia paria este sujeito que escreve à todos vocês. O mundo recebia uma cidadãozinho gordinho, com cara de joelho (como toda a criança recém-nascida), que já abria os olhos e apontava para todas as direções possíveis querendo ver o que havia por perto. Não recordo, mas devo ter nascido e perguntado ao médico onde eu estava, quem ele era, o que ele fazia, como fez o parto, onde se formou, quem eram as assistentes e quem era aquela mulher com o rosto torto e com as pernas abertas. Uma outra mulher estranha me pegou no colo (sem permissão minha) me deu um bofete, sorriu e me entregou para aquela mulher com rosto torto e, agora, com as pernas fechadas. Eu queria é sair daquele lugar estranho e fechado e voltar para o meu cafofo onde fiquei durante mais de nove meses. Lá não tinha ninguém pra me segurar e tudo era meu. Mas como criança não tem vontade própria, obriguei-me à aceitar aquela situação ditatorial. É, criança vive na ditadura. Caso não aceite o que os superiores exigem, é pau ou prisão. No caso de crianças, detenção no quarto dos fundos. Prisão domiciliar. Sai de casa apenas para ir à escola e volta. E ruim mesmo é quando desaparecem com a TV. Criança não pode nada. Mas tudo bem. Hoje, como estou maior (de tamanho) me vingo da mãe. Mas uma vingança gostosa. Bateu um nojo agora. Lembrei do sangue do parto. Ainda bem que nasci homem (bom, até que provem o contrário). E conforme fui crescendo (de tamanho), comecei a conhecer o mundo. Descobri a bola, a roda, os livros, lápis, canetinha colorida, a velha BIC de guerra (caneta mais antiga que a história da maçã que caiu na cabeça daquele cidadão que nada tinha para fazer e ficou sob a árvore), Leggo, dominó, entre outras centenas de dezenas de centenas de coisas (in)úteis. Mas o que mais gostei de conhecer foi o rock. Este foi, até hoje, o maior presente que o mundo me deu.
Mas com o transcorrer do tempo, fui aprendendo, conhecendo, perguntando, abrindo, fechando, batendo, quebrando, sujando, arrumando, limpando, distorcendo, sofrendo, sorrindo, chorando. E, em parte, agradeço muitas pessoas por estes meus 27 anos. Não saberia nomear cada uma delas. Minha memória é tão falha quanto um computador sobrecarregado e com vírus. Por este motivo, e por um em especial, não nominaria pessoas. Faltaria espaço, antes de tudo, e outra que poderia ser injusto em deixar muitas fora. Mas obrigado por tudo, por todos e por estar vivo. Agradeço a um velho companheiro que me acompanha desde antes mesmo d´eu vir ao mundo: Pai do Céu. Temos um relacionamento conflitante. Eu peço, Ele me dá. Eu peço, Ele não me dá. Ele avalia se eu realmente preciso. Em muitas ocasiões (e não poucas), Ele me deu muito mais do que eu precisava por momento. Noutras, ficou devendo. Mas ele sempre me cuidou bem. E sei que continuará cuidando. E você também Ele cuida. Este sujeito que todos conhecemos, mas nunca o vimos ama todos de maneira incondicional. Eu agradeço Ele muito. Por Tudo! Você já O agradeceu hoje ou algum dia? Pois faça. Sentir-se-á melhor e mais leve.
E por muitas passagens que eu pedi e Ele não me atendeu é que estou nesta nova terra, usufruindo do mundo que me deram e que me permito usufruir diariamente. E por muitas outras ações equivocadas é que vim parar neste mundo novo. E por tudo isso eu agradeço. Mas agradeço acima de qualquer coisa, pela confiança da minha família, pelo amor prestado sempre, dia-a-dia. Mesmo naqueles momentos em que fui injusto e rebelde (raros os casos) e optei por outras pessoas a minha família. Eles sempre estiveram perto, mesmo quando não imaginei mais que fosse possível. Uma mulher pode acabar, ou danificar, a vida de um homem. E vice-versa. Mas comigo é a primeira opção. Enfim, estou de aniversário. Parabéns para mim e obrigado pelas felicitações de todos vocês. Salve!

Ouvindo: For your love do Yardbirds. São 18h25.

3 comentários:

Unknown disse...

Oi Negão, feli niver de novu, agora as crianças mandam uma lambidinha no mano.....eles tbm estão com saudades, q lindinhu o texto em homenagem a ti....ate parece q tu lebra ne.....e no mais blz, hehe..boa festa e valeu por ligar hehe...todos nos te amamos mucho....bjaum grande fica com deus queriudo .....tudo de magnifico...bjaum

Anônimo disse...

PARABÉNS !!!!!!
Toda felicidade e sorte deste mundo p vc...
Te adoro, lindão

Cor de Rosa e Carvão disse...

Hehehe. Meu caro, tu nasceu no dia em que a Madonna abriu os olhinhos e quando já estava cantando, já que a muié é bonita, mas já tem mais de quarentinha, hahaha. E tu já deve saber, mas tb nasceu no dia em que Elvis já tinha morrido, há mais de uma década. Para mim, n, é claro. Ele vive ainda e deve estar cantando e encantando em algum canto do planeto, que por ser infinito, são vários.
Agora, querer voltar para o cantinho aonde ficou por mais de 9 meses? Oh Dona Sônia, devolve para o Hospital pq trocaram seu filho! Bjo querido