domingo, 29 de julho de 2007

Concepções


Ouvindo: 100 Tears do Five For Fighting. São 15h10.

Chamaram-me de egocêntrico após lerem o Mendigo Rock Virtual. Conforme o 'amansa-burro' (dicionário), egocêntrico quer dizer, entre outras definições: "... pessoa que pensa apenas em si mesma". Não sou num todo personalista. Posso aparentar ser um indivíduo que pensa apenas sobre si mesmo, que age como se fosse o único, que arquiteta ser o melhor. Faz dois meses e pouco que eu tomei um remédio para mudar minha depressão interna. Sim, estava deprimido. Por mais que não aparentasse, eu sentia dentro de mim algo tão ruim, maléfico e que me causava medo, pavor. Tinha receio de sair de casa. Saía apenas por comprometimentos: trabalho e estudo. Nada mais. Queria me isolar do mundo. Mas não sou imprudente ao ponto de abdicar tudo e me cerrar, trancar no quarto. Mesmo que este fosse meu anseio mais forte, não o cumpri. Seria individualismo real da minha parte. Seria egoísmo puro. Não poderia deixar as pessoas que mais eu amo neste mundo preocupadas ou ao 'além' dos meus pensamentos e desejos. Parei e pensei seriamente em sumir do mapa, literalmente. Cortar todos os laços pessoais, familiares, amorosos, amistosos, sentimentais, mundanos. Recolher numa mala o que eu não tenho e ir mundo afora. Ir sem destino. Não sei se conseguiria realmente viver ao ponto de "onde o vento me levar". Sei que posso dar mais ao mundo e algumas pessoas um pouco mais do que uma preocupação. Não passei por alguns acontecimentos por nada. Apenas por passar. Não compactuo com esta hipótese.

E há pouco mais de dois meses, depois de alguns fatos, a situação tomou uma dimensão que fiquei realmente perdido, sem chão, sem norte, sul, leste ou oeste; sem direção. E este remédio que eu tomei chama-se: coragem motivada por uma necessidade de mudança radical. E vim parar aqui nesta terra. E o remédio fez efeito. Não sou egocêntrico. Apenas tento, da minha forma, expor meu dia, minhas idéias, meus pensamentos, fatos, causos do meu dia-a-dia nesta terra nova e que me recebeu de forma muito carinhosa. Povo que me recebeu de braços abertos. Não pretendo que façam estereótipos sobre minha pessoa. Nem pensem bem nem pensem mal. Apenas abram suas cabeças para novas idéias e pensamentos. Adoro ler e me sinto bem lendo. Sinto não ter lido mais quando era menor. Deveria ter brincado e aprontado menos e lido mais. Perdi tempo e hoje corro atrás de aprender. E outra, o que aqui está escrito é algo interno. Não escrevo ou divago sobre algo que não acredito ou faço. Não sou hipócrita ao ponto de tal. Ouço minhas músicas, permito que bandas me façam companhia enquanto apareço por aqui e escrevo. Não costumo ler ou corrigir o que escrevo. Apenas deixo meus dedos, não todos, digitarem o que eu sinto e depois publico. Tento não pensar antes de escrever. Não faço pautas nem escrevo idéias. Deixo meu interior ditar o que eu devo e sinto que devo escrever.

Quando me questionam algo sobre posts, busco pousar minha visão em palavras-chave para saber onde escrevi ou citei algo. E tento me informar sobre o que publiquei. É como o caso da loira alta. Havia escrito logo que cheguei aqui e esta semana obriguei-me a abrir posts antigos para saber o que eu havia escrito. Nada de mal. Não escrevo nada ruim das pessoas. Quem sabe n´algum momento soltei alguns relatos desagradáveis, mas nem recordo. Creio que não tenham sido importantes ou profundos. Não me interessa saber se a pessoa é gorda ou magra, bonita ou feia, inteligente ou ignorante, preta ou branca, arquiteta ou faxineira, médica ou paciente. Não creio que olhando por fora possa saber o que há por dentro. Como qualquer ser humano, tenho minhas impressões sobre pessoas. Mas são impressões que apenas se confirmam após realmente conhecer um pouco mais desta pessoa. Não são impressões permanentes. Apenas um ponto de vista momentâneo. Nada que perdure. Não faço julgamentos. Aprendi com meu trabalho a não julgar. Não sou juiz. Ninguém deve julgar ninguém. Não me julgue por apenas ler. Não me julgue por ser aberto e querer novidades. Não me julgue por nunca estar satisfeito com nada. Não me julgue por querer amor. Não me julgue por querer carinho. Não me julgue porque sou fumante. Não me julgue pelo que vê. Apenas me queira bem. Porque, repito mais uma vez, eu apenas quero o seu bem. E quero o melhor para você que está aqui. Seja quem for, de onde for ou como for. Apenas quero que seja feliz. Não sei se persistirei em buscar minha alegria aqui. Mas não deixarei de me doar diariamente. Be Happy!

E hoje me sinto menos triste por ter deixado algumas peças de roupas para a pequena índia da ponte.

OS: Deixei a foto distorcida de propósito. Poderia colocar outra, mas deixarei esta de forma proposital para ilustrar o post de hoje.

Ouvindo: Heaven do Warrant. São 16h04.

5 comentários:

Unknown disse...

Egocêntrico? Qualquer coisa...menos isso....Bjo grande....

Anônimo disse...

Li...to me sentindo tu ha dois meses...TE AMO MANO!

Anônimo disse...

"Não sei se persistirei em buscar minha alegria aqui".O que quiz dizer com isso? está desisitindo meu amigo?
Que isso ? não deixe-se abater!
Somos muito maiores que a mediocridade de alguns que nunca ultrapassaram as fronteiras desta cidade e que se julgam melhores.
Sempre teve e sempre terá meu apoio incondicional. Conte comigo viu....
Um beijinho

Anônimo disse...

Lembrei de uma outra coisa Iaran: venho repetindo isso há alguns dias: "Não espere dos outros o que eles não podem te dar". Sei que é frustrante doar-se para as pessoas e receber alguns golpes de contrapartida.
Lembra-se da estória de ser pára-choques? pois é, perdoar exige muita generosidade. E vc pode, vc consegue.

Cor de Rosa e Carvão disse...

Vixe! Quatro dias fora e vários acontecimentos ocorrem... Pena, que pelo que entendi, que todos parecem serem gerados por pessoas pequenas. Preciso que me atualize logo. Mesmo assim, já me adianto. Bola pra frente meu caro. Vem pro abraço! Bjo