quarta-feira, 25 de julho de 2007

Repórter


Ouvindo: You've Got to Hide Your Love Away do Eddie Vedder. São 18h15.

Dormi pouco, mas dormi bem. Super bem. Noite super agradável. Enfim, em companhia bacana, qualquer coisa torna-se bacana. A minha conterrânea Elaine fez uma janta especial. Até eu me surpreendi. Nem imaginava que a nossa Negona fazia comida. E sabe, Elaine, adorei. Comi demais. Para quem não come muito eu até repeti. Aquele porco assado estava divino. E que saudades da lentilha. Estava comendo e recordei da lentilha que eu tanto gosto da minha mãe. Caso não estragasse, pediria para a Tchetcha enviar por Sedex. Mas creio que uma semana seria muito tempo fora do ‘resfriador’. Mas estava tudo super ótimo. E o resto também estava ótimo. Como é bom e gratificante estarmos com pessoas do bem e que são boas. Uma paz fica rodeando durante todo o tempo.
Mas estava eu bem contente hoje pela manhã pois havia finalizado minhas pautas de forma rápida e tirei um tempo para ir lavar a unidade móvel. Via, pela TV, o Brasil ganhar do Paraguai no futsal por 2 a zero quando ligam no posto onde estava eu. Havia ocorrido um incêndio com morte na cidade. Era umas cinco quadras de onde eu estava, mas obriguei-me a correr para o estúdio pois esquecera o celular. E como sempre metido, tinha de ver, olhar antes de fazer o boletim. Já tinha as informações em mãos, mas era necessário ver para sentir e poder passar uma informação mais convincente. Não sou perito, mas pela minha pouca experiência sinto que seja homicídio. Encontraram uma senhora de 53 anos com um corte profundo no pescoço, uma faca ao lado. E alguém, depois do crime, ainda ateou fogo em áreas isoladas e de maior combustão da casa, como sofás e camas. Os sujeitos que não gostam do fogo (Bombeiros) chegaram rapidamente e fizeram o trabalho de combate. Enfim que ver aquela mulher sobre a cama, degolada, fez ficar cabisbaixo. Mas sinto-me feliz, pois já tinha conhecimento de algo grave e com vítima fatal. Cheguei ao local já preparado. Infelizmente mais um corpo que noticio. E dolorido foi a filha da mulher ligar logo depois e ter de confirmar o nome para ela. Não é a primeira vez que passo por isso, mas sempre há dor. Da minha e da outra parte. Este é meu trabalho. Radialista-repórter; repórter-radialista. E me orgulho da função que optei por trabalhar. Há quem quer ser político, policial, médico, engenheiro, lixeiro, designer, atleta ou desempregado. E optei por ser um "informante da notícia". E eu, com este jeito "porra-loca" como me apelidaram nesta nova terra, ouvi um grupo de pessoas gritando meu nome quando cheguei no local. Senti-me feliz, mas triste ao mesmo tempo. Feliz, pois alguém ouve e valoriza meu trabalho e triste pelo fato acima descrito, em breves palavras. E sigo lutando, dia-a-dia, pelos meus sonhos. Hoje, um tanto, assustado, amedrontado, ansioso, mas vivendo e não desistindo. Salve, Seu Sete! Dá uma ajuda para este fio aqui nesta minha vontade atual.

Ouvindo: God Save the Queen do Sex Pistols. São 18h32.

Um comentário:

Cor de Rosa e Carvão disse...

Queridão, pasme... Eu odiava cozinhar. Agora faço isso bem disposta e com alegria para vocês. Bjocas. Ah, e tu és bom comedor. Gosto de gente assim, prato, garfo e faca firme, hehehe. Só o coitado do pudim é que ficou desmerecido... Na volta de Porto farei minha massa a bologna. Tu vais lamber os beiços.