sexta-feira, 13 de julho de 2007

Post antigo - 24 de junho


Ouvindo: The Last Note Of Freedom. São 19h53.

Atenho-me a um assunto tanto quanto complexo. Mas em seu extremo enredamento surge a necessidade e a importância da brandura, da simplicidade. Amemo-nos ou apaixonemo-nos? Dúvidas e indefinições são, há décadas, debatidas. Brotam a cada dia, a cada momento, a cada nova vida que surge. Desde crianças somos doutrinados a acreditar que amor é o que o pai ou a mãe dá ao filho. Com a chegada da adolescência, amor é conceber a ilusão de que se deve encontrar uma pessoa pulcra e legal que nos acompanhe em tudo. Que aceite nossas espinhas e infantilidades. Que beije bastante, que faça festas e goste de rock. Envelhecemos e percebemos que amor e paixão são diferentes. Que paixão é ir n’algum lugar, trocar olhares e depois ir para uma cama. E que amor é algo que tem disso, mas com maior freqüência. Até não termos mais esta companhia, é amor sim. Ao findar, percebe-se que foi apenas paixão. Uma paixão que pode ter durado um dia, uma semana, um ano ou mais. Mas foi paixão. Enquanto estava durando, era amor. Depois, descobre-se que foi paixão. Mas o que é esta palavra, esta expressão, este sentimento, esta sensação, esta ação (sim, ação!) chamada amor? E por outro lado, que é paixão? Analogias são sempre (in)corretamente feitas. Mas há uma diferenciação nesta área? Correlativamente a esta comparação, há dois outros fatores: lealdade e fidelidade. O que é melhor? Fidelidade não necessariamente quer dizer lealdade e vice-versa. Mas as duas precisam andar juntas para transformar a paixão em amor ou o amor se transforma em paixão depois? O ser humano é complicado ao ponto de matar e dizer que foi por amor. Ou seria por paixão? Mas a paixão, segundo muitos, é algo mais temporário. O amor é mais duradouro. Matar por paixão ou por amor? E ao envelhecermos um pouco mais, descobrimos que amor é estar com um determinado ser, construir uma família e andar juntos. Amor é aquilo que sentimos por uma pessoa, neste ponto da vida, que goste de teatro, que saiba fazer comida, que aceite ir (algumas vezes) em jantar de casais e que ouça música erudita. A paixão neste ponto se transformou mais em acomodação do que no amor propriamente dito. Comodidade e amor também andam juntos. Seria o ponto em que tornar-nos-íamos preguiçosos? E como ninguém suporta pessoas preguiçosas, resta encerrar o ciclo. Como conseqüência resta irmos a algum lugar, trocar olhares e torcer para que pelo menos o outro goste de rock.

A nossa apresentação teatral saiu totalmente distorcida dos poucos ensaios que realizamos, mas ficou extremamente divertida. Ficáramos nervosos antes por causa do atraso de três dos personagens. Já atrasados, começamos. Mas antes da peça, chegamos na festa junina da escola sobre a carroceria de um tuc-tuc. Para quem não sabe: tuc-tuc é um carreto agrícola. Muitos dos presentes assustados com um bando de pessoas trajadas da melhor e mais bizarra forma sobre o tal do tuc-tuc. Foi uma surpresa divertida. O Padre – eu, no caso – estava sem maquiagem. Foi o único que pagou maior vexame. Mas foi divertido. Mas para contar requeriria muitas linhas. Enfim, “furtei” até a bicicleta da premiação. Mas a delegada me pegou. Tiraram-me ‘à força’ e retornei cabisbaixo. Voltei a furtar o meio de transporte que não polui e me pegaram novamente. Até porque o motivo de estarmos ali era ver e fazer as crianças sorrirem. E conseguimos. Parabéns para todos que participaram. Mas a volta foi de extrema surpresa. Lembram da loira muito alta que falei alguns posts atrás? Sim, ela mesma. Depois dizem que o mundo é grande. Ontem eu descobri que ele é minúsculo. Estávamos retornando à casa quando nós (eu e uma amiga do teatro) paramos para pegar um livro dela. E como ela estava muito mais ridícula do que eu de Padre, ela pediu para eu ir junto dela. Assim a vergonha seria da dupla. Fomos recepcionados por uma amiga dela e ao entrar no recinto com quem me deparo? Sim, a loira alta. Mundo pequeno. Fiquei sem ação e a única coisa que pude falar foi: “quem mundo pequeno!”. E sabe, vê-la de pijama, e sem eu ter bebido antes, fez-me avaliar que ela é mais bela do que maquiada. Mas enfim, causos da minha aventura nesta terra. Cheguei em casa cansado, com uma vontade irritante de sorver alguns goles do vinho que ganhei na semana que passou. Preferi despir-me, tomar um banho, vestir-me, ir para cama, ler um pouco de Satrè e dormir. Li um pouco, tirei o note da tomada e deixei-o reproduzir um repertório eclético (baseado em rock) até desligar-se automaticamente. E assim o fez. Acordei assustado pela manhã. Primeiramente com um sonho horrendo em que, resumindo, um tsunami caía sobre nós (eu e mais algumas pessoas). Voltei ao meu momento de descanso. Acordei assustado quando um outro pesadelo me atormentava. Ainda bem que o Juce me acordou (lembrou) do churrasco que havíamos combinado na véspera. E assim o foi feito. Depois fui transmitir um jogo de futebol debaixo de chuva. Estou com frio até agora. Mas passou o frio e aqui em minha cama está bem quente. Lembrei da Anjinha que me acompanha há alguns dias e que estou adorando. Impossibilidades à parte, eu também mantenho-me com certas sensações. E ótimas. Até por isso definhei-me n’algumas linhas sobre o tema selecionado. Respondendo a um questionamento de alguém que enviou uma mensagem por e-mail: não quero expor a vida de ninguém senão utilizar deste equipamento e possibilidade de manter minha família e amigos informados (ou não) sobre minha nova vida. Aliás, esta é a MINHA vida. A sua prosseguiu por outro caminho. Solidão agora foi opção sua. Não minha. Aliás, aqui (neste lugar e com este corpinho que mami e papi me deram) não tem mais. Melhor do que ninguém você conheceu-me por algum tempo e sabe que há muitas chances em nossas vidas. Algumas se repetem e outras não. Esta não se repetirá. E nova por completo. Sem recordações, sentimentos, atormentações sofridas. Assim optei e assim está sendo. Eu posso dizer que renasci há um mês e pouco. (Lembrei de Lost, Sil!). Parece que nesta terra sou outro, com uma nova chance, com uma nova oportunidade. E confesso que acertei na opção que me foi disponibilizada por algum ser “lá de cima”. Ando crendo que o Universo está à nosso favor. Atraído por uma necessidade urgente de mudança, aceitei o desafio imposto. Detesto perder. Já perdi muito. Aceitei com ressalvas. A suposta “perda” transformou-se em ganhos correntes. Em todos os sentidos. Pessoal, profissional, afetivo. Torno-me a cada dia que passa num ser: melhor, mais feliz, mais contente. Percebo que na minha intimidade mais profunda, agradeço por ter sofrido, por ter passado por certas situações. Foram-me necessárias para estar aqui, hoje. E sinto-me feliz de ter uma Anjinha que, mesmo impossibilitada de certa forma, tem deixado-me contente e tranqüilo. Ou intranqüilo! Melhor estar apaixonado e ouvindo rock do que amando e pensar no fim da vida. Use-me e abuse-me, mas com carinho. Ter-me-à totalmente desde que haja reciprocidade. Mas lá no fundo, algo faz-me recordar de um irmão meu (o Fernando). Beginning The Party! Mas este é outro assunto....

Ouvindo: Dancing In The Moonlight do Thin Lizzy. São 21h18.

4 comentários:

Anônimo disse...

Tão antigo, mas tão atual este post... sinal que a estabilidade anda rondando sua vida amigo. Isso é bom, assim como é sempre agradável recebê-lo aqui em casa.Inté o almoço ...beijo..cuide-se.. e mantenha o faro afiado..rsrsrsr

Cor de Rosa e Carvão disse...

Que história é essa de almoço que nem se quer fui citada? Ai meu Deus... Perdi a maridá mesmo e sob os meus "bigodes". Eu tb quero comer!!!!! Vou fundar aqui o movimento dos sem almoços.

Anônimo disse...

Te adoro gatinho lindo e amado do meu coração!
Não ligo para o que pessoas recalcadas andam escrevendo no comentário do teu blog a meu respeito... A criatura nunca me viu na frente, mas tudo bem, deixe que escreva...

Beijo meu querido, se cuida!

Cor de Rosa e Carvão disse...

Anjinha: hahaha. Te liga bico de luz!